Informativo Mensal

Julho/2024

No mês de julho, o destaque foi para a política americana. A faísca para os desdobramentos se deu no 27 de junho, no primeiro debate entre os candidatos à Presidência nos Estados Unidos. Depois de um desempenho desastroso, Biden viu sua posição enfraquecida, fazendo o democrata perder apoio dos líderes de seu partido, doadores e eleitores-chave para a eleição. O cenário desafiador para Biden foi agravado no dia 13 de julho, quando seu oponente, Donald Trump, sobreviveu por um centímetro a uma tentativa de assassinato. Depois de três semanas resistindo pressões de seu partido, Biden renunciou seu pleito no dia 21 do mês, contra sua vontade. Imediatamente, o Presidente endossou a candidatura de sua Vice-Presidente, Kamala Harris. Nas semanas seguintes, Harris aproveitou-se de um fluxo de doações, concretizou apoio de seu partido e iniciou sua campanha. Após isso, algumas pesquisas mostraram Harris liderando a frente do Trump, em alguns swing states (estados-chave que determinam o resultado da eleição); contudo, isso não indica vitória de Harris, e sim uma eleição mais acirrada.

No âmbito da política monetária, o Federal Reserve (FED) manteve sua taxa de juros inalterada novamente na quarta-feira (31/07) e sinalizou que poderia começar a reduzi-la já em meados de setembro, em meio à desaceleração da inflação e ao esfriamento do mercado de trabalho. No comunicado, o Presidente do FED, Jerome Powell, apontou para a trajetória descendente de inflação no mercado de trabalho. O comunicado veio em linha com as expectativas do mercado e externalizou um cenário benigno para a inflação.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou quarta-feira (31/07), o comunicado que chamou atenção para um conjunto de indicadores de atividade econômica que seguiram apresentando dinamismo maior que o esperado, como no mercado de trabalho, nos índices de preços amplos e nos núcleos de inflação. Em linha com as expectativas, o Bacen manteve a taxa Selic inalterada em 10,50% pela segunda vez após ter encerrado o seu ciclo de cortes em junho. Olhando para frente, dois fatores sugerem um longo período de juros estáveis: (I) a mudança do horizonte relevante das projeções para 2026 (onde estão mais próximas da meta) e (II) o aumento das projeções para a inflação de 2024 e 2025.

Após pressões do âmbito político e financeiro em meses anteriores, o cenário fiscal brasileiro avançou no meado do mês com o anúncio do congelamento de 15 bilhões de recursos do orçamento para cumprir o arcabouço fiscal no ano.

O mês testemunhou desdobramentos na política mundial. Tensões no Oriente Médio aumentaram com ataques entre Israel, o Hezbollah e o Irã. Na Ucrânia, a Rússia realizou ganhos territoriais modestos. Na Venezuela, o Presidente Nicolas Maduro declarou a vitória contra o candidato da oposição, Edmundo Gonzalez. No entanto, não foi possível obter resultados de muitas seções eleitorais. Nove países da região, incluindo Argentina e Peru, convocaram uma reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos, que afirmou que a votação era pouco confiável.