Informativo Mensal

Dezembro/2024

Em dezembro, nos Estados Unidos, o Federal Reserve (FED) anunciou um corte nas taxas de juros em 25 pontos-base, levando a taxa básica de juros americana para o patamar de 4,35%. Embora o comunicado oficial do FED tenha mantido poucas alterações, uma novidade foi a introdução de um qualificativo sobre a “extensão e o momento” de cortes futuros, sinalizando um ritmo potencialmente mais lento de reduções para 2025 do que o antecipado anteriormente. Além disso, as projeções econômicas para o próximo ano foram revisadas, apontando para um crescimento mais robusto da economia, um mercado de trabalho mais restrito e, como consequência, previsões de inflação um pouco mais elevadas.

No Brasil, o mês foi marcado por uma intensificação da crise nos mercados financeiros, impulsionada principalmente pela crescente desconfiança na política fiscal do governo. Essa instabilidade foi agravada no final de novembro com o lançamento de um pacote fiscal que, embora previsse uma economia de R$ 70 bilhões para os cofres públicos nos próximos dois anos, também trouxe medidas inesperadas para o momento, como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000. Ainda, o pacote fiscal continuou sendo desidratado no Congresso Nacional, perpetuando os riscos fiscais para 2025.

Esse cenário fiscal adverso resultou em uma forte desvalorização cambial. Mesmo com a intervenção do Banco Central utilizando reservas cambiais, não foi possível conter a alta do dólar, que atingiu o recorde de R$ 6,29. Para conter o impacto da deterioração das expectativas de inflação, o Banco Central promoveu um aumento agressivo da taxa Selic na reunião de dezembro, elevando-a para 12,25% ao ano. Além disso, o BC sinalizou novos aumentos de um ponto percentual em janeiro e março de 2025, levando o mercado a precificar uma Selic acima de 16% para o próximo ano. Esse movimento elevou os spreads de crédito e o juro real, impactando negativamente o já fragilizado mercado de ações brasileiro.

Na Europa, a instabilidade política ganhou destaque. Na França, o primeiro-ministro nomeado pelo presidente Emmanuel Macron foi destituído pelo parlamento, enquanto na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz perdeu um voto de confiança, forçando a convocação de novas eleições. Por fim, na Coreia do Sul, o presidente enfrentou uma investigação após a polêmica tentativa de impor brevemente uma lei marcial, adicionando mais um elemento de incerteza ao cenário global.